terça-feira, 7 de setembro de 2010

Vênus e o Espelho

Foi em uma visita à National Galery, Londres, em 1986. Talvez por ser de Libra, fui capturado pela imagem de um quadro de Diego Velásquez (1599-1660). La Venus del Espejo. O retrato de Vênus de costas era um motivo erótico visual comum para os grandes mestres, mas esse é especial. Não fosse ele o pintor real, não teria escapado da Inquisição. É o único nú do pintor.
Vênus reclinada em uma cama mira-se em um espelho sustentado por Cupido, seu filho. clip_image004O pintor dá à deusa um trato mundano.  As formas são extremamente sensuais, com pernas longas, cintura fina, quadris largos e nádegas proporcionais.
As curvas de seu corpo são inigualáveis. É duplamente um clássico, pois jamais irá perder sua modernidade.
O mesmo não pode ser dito das outras Vênus “ao espelho”, não menos famoclip_image008sas, e que são louras. Compare-se com: 1) o quadro de Ticiano (1473-90) (à esquerda), pintor visto como o maior do Renascimento veneziano, onde cupido está mais despido do que a deusa barriguda; 2) com a Vênus de Veronese (1528-88) (á direita), pintor maneirista da Renascença italiana, roliça, com pouca cintura e nádegas cobertas pudicamente; 3) ou com Rubens (1577-1640) (à esquerda, abaixo), pintor flamenco, barroco, que bem caracteriza o tipo de clip_image006beleza da época com as nádegas opulentas. A presença da velha arranjando seus cabelos destoa da eterna juventude da deusa do amor.
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